O ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, que está sendo investigado pela PF por ser suspeito de cometer crimes contra a administração pública, praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro, já esteve presente no Pará em algumas ocasiões.
No dia 7 de abril, o ministro esteve em Santarém, para conversar com madeireiros que eram investigados pela PF por cometer crimes ambientais. Na ocasião, Ricardo Salles apareceu ao lado do senador Zequinha Marinho (PSC) e chegou a fazer um vídeo onde defendia a legalidade da ação dos madeireiros na região.
Zequinha Marinho, que declaradamente apoia Bolsonaro, não fez nenhum pronunciamento sobre as ações de Ricardo Salles. O ministro está sendo alvo de mandados de busca e apreensão realizados pela PF, os quais apontam crimes envolvendo a exportação ilegal de 8 mil cargas de madeiras.
Mesmo com o desmatamento da Amazônia atingindo o maior nível nos últimos 10 anos, chegando a 810 km² de floresta destruída em abril deste ano (Imazon), o senador paraense parece não se importar. Aquele que deveria agir em defesa do bem mais preciosos do Pará, permanece calado.
O ministro investigado também já recebeu apoio do deputado federal Joaquim Passarinho (PSD-PA), que articulou na semana passada um encontro entre Ricardo Salles e garimpeiros da região Oeste do Pará. Na ocasião, garimpeiros ilegais pediram a regularização do garimpo em quatro áreas de proteção ambiental no entorno do Rio Tapajós. São as Flonas (Florestas Nacionais) do Amana, do Crepori e do Jamanxim, além da APA (Área de Proteção Ambiental) do Tapajós. Juntas, as áreas têm 47.652 km², área equivalente à do estado do Espírito Santo.