O vereador de Parauapebas, sudeste do Pará, Elias da Construforte (PSB), está sendo investigado pela Justiça Eleitoral, por ser suspeito de ter sua candidatura beneficiada por “candidatos laranjas” nas eleições para vereadores do município em 2016.
A palavra “laranja”, sozinha, pode ser empregada para definir alguém que assume uma função ou responsabilidade no papel, mas não na prática. Na prática, ela está cedendo seu nome para uso de outra pessoa.
Entre as pessoas que supostamente estariam envolvidas no esquema estão July Ane, que conseguiu 2 votos, Francisca Daniele, com nenhum voto e Ana Borges, também com nenhum voto. Todas elas foram candidatas em 2016 pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB).
Em 2016, a chapa formada por PSB e PSDC precisava cumprir a cota de mulheres candidatas, algo que é exigido pela lei eleitoral brasileira desde 1997. Por isso foi necessário que as três acusadas entrassem na disputa eleitoral apenas para beneficiar a candidatura de Elias da Construforte.
Outro indício do crime eleitoral é que todas as candidatas receberam benefícios pela candidatura laranja em favor de Elias da Construforte. July Ane, por exemplo, chegou a receber um salário de mais de R$ 6 mil no Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Parauapebas (SAAEP). Já Francisca Daniele, recebia mais de R$ 3 mil em um emprego também no SAAEP.
No último dia 7 de agosto, uma audiência foi realizada pela 2ª vara criminal da Comarca de Parauapebas, onde todos os acusados do esquema prestaram depoimentos a Justiça Eleitoral. Uma nova audiência já está marcada para o próximo dia 21, onde mais testemunhas serão ouvidas.
Se o esquema de candidaturas laranjas for comprovado, além da punição dos envolvidos pelo crime eleitoral, a Justiça pode solicitar também a inelegibilidade de Sérgio Balduíno, atual vice-prefeito de Parauapebas, que era presidente do PSB nas eleições de 2016.