Suposto ‘toque de recolher’ causa suspensão de aulas presenciais na Uepa em Belém

Suposto ‘toque de recolher’ causa suspensão de aulas presenciais na Uepa em Belém

As aulas presenciais da Universidade do Estado do Pará (Uepa) foram suspensas na noite nesta quarta-feira (18), depois que um suposto toque de recolher circulou nas redes sociais. De acordo como boato, o toque de recolher aconteceria em toda a região metropolitana de Belém, a partir das 22h. A Polícia do Pará nega que a restrição de circulação seja verdadeira.

Em um dos áudios, o homem se identifica como “sobrinho do chefe da ‘boca'” e afirma que os criminosos vão matar quem estiver na rua a partir desse horário, sem distinção, mas principalmente quem estiver com tornozeleira eletrônica.

“Eles vão matar qualquer pessoa que estiver na rua, depois das dez horas. Eles [os criminosos] disseram que estão ‘pouco se lixando’ se é criança, se é adulto ou é idoso, eles vão matar, ainda mais se tiver com tornozeleira [eletrônica]”, diz o áudio.

De acordo com a UEPA, alguns cursos tiveram aulas on-line por causa dos boatos, enquanto algumas aulas foram suspensas por outros motivos que não estão relacionados com a onda de assassinatos.

As ameaças nas redes sociais são direcionadas para alguns bairros de Ananindeua, na Grande Belém, e ocorrem após uma série de assassinatos de agentes de segurança ocorridos nos últimos dias.

“Meu tio acabou de mandar mensagem avisando o que aconteceu na conferência. Ele falou que mataram doze ‘policial”, então, do canteiro do Paar, até no Complexo e até aqui no Curuçambá, todo mundo que mora por aqui por perto é ‘pra’ ficar esperto que vai rolar chacina”, diz o homem no mesmo áudio.

Em nota, a UEPA informou que “frente às informações que correm pelas redes sociais e visando prezar pela integridade física da nossa comunidade acadêmica, a Direção do Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE) da Universidade do Estado do Pará (Uepa) deixou a cargo das coordenações dos cursos definir se as atividades hoje serão presenciais ou on-line, na capital e interior.

Os boatos tiveram grandes repercussões nas redes sociais, com usuários comentando terem sido barrados no trabalho e outro diz que os motoristas de aplicativos não podem fazer corridas para Águas Lindas e Júlia Seffer, bairros de Ananindeua.

Uma moradora do bairro Júlia Seffer, que não quis ser identificada, relata que a polícia está batendo na porta das pessoas, desde último domingo (15).

“Pessoas estão sendo paradas no meio da rua, por policiais, sendo revistadas e sendo presas. Algumas estão permitindo que a pessoa entre, outras não estão. Eles [policiais] batem, querem entrar para vistoriar, para ver se tem alguma coisa suspeita ou alguém”, conta a moradora.

Ainda segunda ela, os moradores estão sendo ameaçados por criminosos em mensagens de aplicativos e estão assustados.

“Infelizmente os moradores estão com muito medo e ninguém quer compartilhar agora o que recebeu no whatsapp”, afirma.

Na última sexta-feira (13), o Governo do Pará iniciou a Operação Impacto que conta com cerca de 3 mil policiais atuando para reforçar o policiamento e patrulhamento ostensivo nas ruas da RMB.

A Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) afirmou que os boatos são fake news e que a Operação Impacto continua de forma ostensiva, “com mais de três mil PMs nas ruas para fortalecer a segurança na Região Metropolitana de Belém e no interior do Estado e reitera que Fake News é crime que pode ser denunciado pelo disque-denúncia 181”.

Fonte: G1 Pará

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