O Sindicado de Médicos do Pará (Sindmepa) se posicionou sobre as afirmações feitas pelo prefeito de Belém Zenaldo Coutinho, contra a categoria durante uma entrevista à TV Liberal. Na ocasião, o gestor não teria deixado claro os motivos para a falta de médicos nas unidades de saúde da capital paraense, que já vivencia um verdadeiro caos por conta da pandemia do novo coronavírus.
Em resposta às afirmações de Zenaldo, o sindicato pontuou os principais fatores que têm obrigado o afastamento ou dificultado a reposição de médicos na cidade. Entre eles estão o adoecimento de médicos pela Cobid-19 e demais síndromes respiratórias. A falta generalizada de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), o que tem causado temor de adoecimento e morte das equipes médicas, também explica a ausência de médicos nas UPAs e unidades de Saúde do Município de Belém.
Pacientes sofrem com o caos nas emergências de Belém
Falta de providências adequadas, pertinentes e tempestivas por parte da administração municipal no enfrentamento da pandemia, a falta de planejamento e efetivação da contratação de novos médicos, especialmente para o atendimento de casos de Covid, assim como a ausência de contratos de trabalho que garantam segurança e direitos trabalhistas aos médicos que estão sendo contratados emergencialmente também se tornaram motivo de insatisfação da classe. O sindicato ainda destaca a ausência de treinamento para os médicos e demais servidores no uso de equipamentos de proteção individual (EPIs).
FALTA DE POSTURA
A ausência do prefeito Zenaldo Coutinho diante da pandemia também tem gerado revolta. A Prefeitura de Belém recebeu quase R$ 30 milhões em recursos para o enfrentamento da doença na capital paraense. Porém, a população vem padecendo em unidades de saúde sem qualquer esperança de tratamento.
O sindicato recomendou ao gestor que tome as providências cabíveis que o cargo de prefeito requer para o enfrentamento do novo coronavírus e pediu para que o mesmo tenha a sensibilidade e senso humanitário para providenciar o afastamento dos médicos do grupo de risco que são servidores ou contratados da prefeitura, quais sejam, idosos acima de 60 anos e médicos com comorbidades de qualquer idade.
Por fim, o órgão orientou aos médicos que não aceitem trabalhar em locais sem o uso de equipamentos de proteção individual e se recusem a trabalhar sem contrato assinado, carteira de trabalho e direitos trabalhistas, garantindo a saúde e a vida dos profissionais que estão na linha de frente.