No dia 6 de dezembro, a Polícia Federal desencadeou uma operação na luxuosa residência do deputado federal Antônio Doido (MDB), situada em um prédio de alto padrão na rua Jerônimo Pimentel, no bairro Umarizal, em Belém. Durante cerca de cinco horas, agentes da PF apreenderam documentos e materiais suspeitos, além de realizarem buscas no escritório do parlamentar, com o intuito de aprofundar as investigações sobre suas práticas ilícitas.
A operação, realizada de forma discreta, inquietou os moradores da região e aumentou as suspeitas sobre a conduta do deputado. Esse movimento da Polícia Federal tem conexão direta com um escândalo que ganhou destaque nas vésperas das últimas eleições municipais, quando Geremias Cardoso Hungria, um dos aliados mais próximos de Antônio Doido, foi flagrado com R$ 5 milhões em dinheiro vivo, supostamente destinados à compra de votos. A apreensão ocorreu em Castanhal e resultou também na prisão de dois policiais militares, o coronel Francisco Galhardo e o soldado Ellis Dangeles Noronha Martins, ambos envolvidos no esquema.
O caso envolve ainda a JAC Engenharia Ltda., empresa fundada por Geremias e José Ailton Cordeiro, ex-prefeito de São Miguel do Guamá. A empresa JAC Engenharia, por sua vez, foi beneficiada com um contrato de R$ 142 milhões, obtido por meio de uma licitação para obras da COP-30, que inclui a ampliação da rua da Marinha e afeta uma área florestal sensível na capital paraense.
A denúncia evidencia a corrupção sistêmica e a troca de favores entre o setor público e privado. Empresas que surgem de forma apressada, contratos superfaturados e o desvio de recursos públicos para manipulação eleitoral são apenas alguns dos elementos que demonstram a promiscuidade no poder. A população, frequentemente ignorada e sacrificada, paga o preço de uma política marcada pelo cinismo e pela traição.
Enquanto a Justiça Eleitoral e a Polícia Federal continuam suas investigações, há a expectativa de que o vasto material coletado possa resultar na cassação do mandato de Antônio Doido.
Histórico de fracasso
Vale lembrar que Antônio Doido está para sempre marcado como o pior prefeito que já passou na história de São Miguel do Guamá, época em que a cidade viveu com problemas estruturais e administrativos e falta de políticas públicas.
Outro fracasso humilhante de Antônio foi registrado nas eleições municipais de Ananindeua, quando ele tentou ser candidato e falhou miseravelmente, conquistando apenas 8,38% dos votos.