A Polícia Federal cumpriu 14 mandados de busca e apreensão, nessa quarta-feira (31), em operação que busca desmobilizar garimpos ilegais que poluíram rios de abastecimento de Parauapebas, sudeste do Estado. Diversos maquinários pesados foram apreendidos e inutilizados, segundo informou a PF.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na região do Projeto Cristalino, no município de Canaã dos Carajás, em uma das Secretarias do Município e na residência de um dos secretários. As áreas de garimpo ilegal são próximo aos rios Cupu e Rio Verde, afluentes do rio Parauapebas.
A operação constatou que, durante meses, existiu extração de ouro na região, inclusive ao lado de uma linha de transmissão de energia elétrica, trazendo risco de blecaute em regiões inteiras do país. Um túnel de extração de cobre foi cavado abaixo de uma das torres, mas a obra foi abandonada antes da chegada da operação.
Sobrevoos foram realizados ao longo do rio, sendo possível constar a existência de inúmeros maquinários, como retroescavadeiras e caminhões, vários pontos de extração ilegal de minérios e modificação severa da cor dos rios – indicativo de atividade intensa de garimpagem.
Se confirmada a hipótese criminal, os responsáveis poderão responder por crimes ambientais, crime de usurpação de recursos da União (extração ilegal de minério), associação criminosa, dentre outros. As investigações seguem em andamento.
A operação “Águas Turvas” tem participação de mais de 100 agentes da PF, Polícia Rodoviária Federal, ANM, IBAMA, e ICMBio.
Investigação
O serviço de análise da qualidade da água que abastece a cidade detectou a contaminação de afluentes do rio Parauapebas e informou ao ICMBio e à Câmara Municipal de Parauapebas. Em virtude da contaminação do rio, foi necessário aumentar em mais de 70% a quantidade de produtos utilizados para tratamento da água que abastece o município.
A situação motivou a realização de uma audiência pública em Parauapebas. Descobriu-se, então, que a contaminação vinha, em sua maioria, da atividade de garimpagem no município vizinho, Canaã dos Carajás. Representantes do Legislativo e do Executivo de Parauapebas tentaram identificar o ponto de origem do problema, mas a fiscalização teria sido prejudicada por um dos secretários de Canaã dos Carajás.
Fonte: Oliberal