Pesquisa aponta que mulheres sofrem mais as sequelas da chikungunya do que homens

Pesquisa aponta que mulheres sofrem mais as sequelas da chikungunya do que homens

Ultimamente tem se observado, em diversas regiões do Brasil, um aumento de pessoas procurando as unidades de saúde com dor nas articulações, febre e manchas no corpo. Tais sintomas, após realização dos exames laboratoriais, apontam infecção por Chikungunya, doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue e a zica e se prolifera em épocas de chuva e com água parada.


No Ceará, o vírus Zika é o mais propenso a ser disseminado preferencialmente em mulheres entre 15 e 49 anos. Conforme uma pesquisa realizada na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), as mulheres foram as mais atingidas pelo vírus da dengue nos últimos anos no estado. Enquanto que no Rio Grande do Norte, os casos de dengue, chikungunya e zika registrados de janeiro a agosto de 2021 acometeram mais mulheres.


A Chikungunya, que deixa sequelas mais duradouras, se iniciou no Brasil em 2014 no estado do Amapá, mas atualmente já se encontra em todas as regiões do país. As principais caraterísticas da Chikungunya são dores nas articulações, que pode se manifestar principalmente nos primeiros 14 dias ou na fase aguda, com artrite debilitante e tendinites (ou tenossinovites).
A médica reumatologista, Patrícia Macêdo, destaca que nos primeiros dias a recomendação de tratamento é o repouso, com uso de analgésicos como dipirona ou paracetamol, e após 14 dias, com persistências das dores articulares, o tratamento reumatológico pode ser necessário.

“A doença fica no organismo de nove a 14 dias (fase aguda), já a fase sub aguda dura até três meses, e a fase crônica consiste em indivíduos que apresentam dores nas articulações por mais de três meses, o que pode acontecer em até 50% dos infectados. Então o tratamento, neste último caso, tem como objetivo o controle sintomático e a prevenção do dano articular. O mais importante é a avaliação clínica para ver o perfil da artrite e trabalhar com drogas modificadoras da doença, podendo ser necessário o trabalho conjunto com fisioterapia”, disse Patrícia.


A especialista ainda destaca que as medicações para controle da artrite em decorrência da doença podem ser necessárias por um período prolongado e a necessidade do uso vai depender dos sintomas do paciente. Alguns entram em remissão e é possível retirar a medicação, porém em outros casos a dor pode persistir como uma doença articular inflamatória crônica e pode vir a ter a necessidade de usar a medicação por muitos anos.

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