Pará é o estado que mais reduziu número de mortes violentas em 2020

Pará é o estado que mais reduziu número de mortes violentas em 2020

Um levantamento feito pelo G1 mostra que o Pará teve redução de 19% nas mortes violentas em 2020. A comparação é feita com o ano de 2019 e se trata da maior queda já registrada entre os estados brasileiros.

Esta é a segunda vez consecutiva que ocorre uma diminuição no número de mortes violentas. No ano anterior foram 27,7% vítima a menos em relação a 2018. A pesquisa leva em consideração os números oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.

Em números o Pará registrou 2.321 vítimas de mortes violentas, sendo 2.176 homicídios, 103 latrocínios (roubo seguido de morte) e 42 casos de lesão corporal seguida de morte. O número é inferior ao registrado em 2019, que foi de 2.703 homicídios, 130 latrocínios e 31 vítimas de lesão corporal seguida de morte, chegando ao total de 2.864.

O Pará foi o líder na redução dos crimes violentos, seguido pelo Rio de Janeiro, com redução de 12,1%; Goiás, com 10,2%; Amazonas, com 8,3% e Acre, com 7,7%. As maiores altas ocorreram no Ceará e no Maranhão, de 80,7% e 30,9%, respectivamente.

Para especialistas, a diminuição da violência no estado pode estar relacionada à reorganização da gestão da segurança pública e também do crime organizado no estado. Já a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) assume que os números continuam elevados, mas disse que deve continuar investindo em tecnologia e integração entre as forças de segurança.

O secretário Ualame Machado, titular da Segup, diz que integrar as forças estaduais às federais contribuiu para a redução da violência. A medida foi compromisso de campanha do governador Helder Barbalho (MDB). Ele cita também como fatores que contribuíram para a redução:

  • concurso público e uso de viaturas e agentes da área administrativa para aumentar efetivo nas ruas;
  • responder rapidamente aos casos mais emblemáticos;
  • reformular o sistema penitenciário e transferir lideranças do crime para presídios federais;
  • e investimento em tecnologia para perícia científica.

“Cada ação que foi feita teve sua participação nesse processo de redução. (…) Quanto à Força Nacional, foi uma grande possibilidade de fazer juntos o policiamento, em especial na região metropolitana de Belém (RMB), mas que também trouxe esse espírito de integração. Atuou por poucos meses, mas nós tínhamos um projeto bem maior que iniciou em paralelo a isso que foi o Territórios pela Paz (TerPaz), onde nós escolhemos os sete bairros da RMB em que pudemos implementar um forte policiamento, a presença do Estado não só na segurança, como nas outras áreas, como saúde, educação, esporte e lazer. O TerPaz foi fundamental para isso, tendo em vista que escolhemos os sete bairros de Belém, Ananindeua e Marituba com maiores índices de criminalidade, percentualmente à sua população. Impactando nesses bairros nós impactos nos dados da região metropolitana, e posteriormente nos números do estado”, comenta.

Machado diz ainda que o desafio é manter a redução a partir da reinvenção da segurança pública no estado: “tínhamos que fazer muito com o mesmo efetivo que havíamos recebido em 2018”. “Infelizmente, o Pará ainda tem um número elevado de mortes e o nosso desafio é sermos melhores que 2019 e 2020. Não é uma tarefa fácil, mas apostamos nos concursos públicos em andamento, alguns deles só irão nos trazer efetivo no final do ano, e outros até no ano seguinte, então nosso desafio é nos reinventar com novas tecnologias, com câmeras de reconhecimento facial, leitura de placas para veículos furtados ou roubados, investimento maciço na perícia científica, nos órgãos de inteligência, para que eles possam trabalhar de forma integrada e utilizando tecnologia de última ponta. A gente imagina que a tecnologia e a integração entre os órgãos são as nossas principais ferramentas para que a gente possa continuar baixando os índices de criminalidade e fechar o ano de 2021 dando uma resposta positiva à sociedade”, anuncia.

Fonte: G1 Pará

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