A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), anunciou a recomendação do primeiro medicamento que pode ser utilizado para tratamento da covid-19 no SUS.
Trata-se do Olumiant (baricitinibe), da farmacêutica Eli Lilly, que é utilizado para tratamento de artrite e já foi aprovado pela aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em setembro de 2021.
De acordo com o neurocirurgião Fernando Gomes, o remédio auxilia no tratamento de pacientes adultos que estejam hospitalizados pela covid-19 e precisam de oxigênio por máscara, cateter nasal, ou que necessitam de alto fluxo de oxigênio ou ventilação não invasiva.
“Sabemos que há necessidade de manejar um processo inflamatório, esse medicamento tem um papel importante na modulação. O que se observou, é que ele tem impacto no tratamento contra a Covid”, disse Gomes.
Segundo o neurocirugião, a utilização hospitalar acaba sendo importante. “A grande novidade aqui é que o SUS reconhece o medicamento e disponibiliza para o tratamento de pacientes de Covid. Existe todo um processo de protocolo assistencial e orçamento”, explicou o médico.
A aprovação foi baseada em dois estudos clínicos randomizados, duplo-cegos, controlados por placebo envolvendo cerca de 2.500 pacientes no mundo. O estudo COV-BARRIER, que avaliou Olumiant de 4mg em comparação com placebo, demonstrou uma redução potencial de 38% da mortalidade em 28 dias de tratamento.
Gomes também falou sobre a aprovação do segundo medicamento oral contra Covid. “O medicamento é recomendaro para adultos sem oxigênio suplementar e com risco de Covid grave”, explicou.
A autorização temporária de uso emergencial, em caráter experimentado medicamento Paxlovid (nirmatrelvir + ritonavir) para tratamento da Covid-19 aconteceu após decisão da Diretoria Colegiada da agência.
O neurocirugião, no entanto, ressaltou que os medicamentos são reforços contra a Covid, não preventivos.
“A vacina é algo universal que ajuda todo mundo desenvolver anticorpos e combater o vírus. O uso desses [dois] medicamentos não substitui a ideia universal da vacinação”, explica Gomes.
Fonte: CNN