O Ministério Público Federal (MPF) denunciou nove pessoas por crimes ambientes praticados dentro da Terra Indígena Alto Rio Guamá, em Nova Esperança do Piriá, nordeste do Pará.
De acordo com o MPF, todos os suspeitos poderão responder pelos crimes de desmatamento ilegal em terras públicas, receptação de produtos de crimes, por operar serrarias ilegais dentro da área indígena e por formação de quadrilha. As penas somadas podem chegar a 15 anos de prisão, multa e pagamento pelos danos ambientais provocados.
As denúncias criminais foram apresentadas à Justiça Federal de Paragominas. Os denunciados são:
- Antonio Jhonn Maik Pereira Almeida,
- Luismar Oliveira Silva,
- Francisco Kyldare Gomes de Melo,
- Ivaldo Barros Dias,
- Ademir Freitas Nunes,
- Manoel Claudemir Costa dos Santos,
- Francisco Costa de Sousa,
- Raimundo Nonato Lisboa dos Reis
- e Pompeu Jorge Lisboa dos Reis.
Segundo o MPF, todos foram investigados pela Polícia Federal em inquérito policial que resultou nas operações “Embaúba 1”, realizada em setembro de 2020, e “Embaúba 2”, em maio de 2021.
O órgão informou que, nas operações, buscas e apreensões e intercepções telefônicas comprovaram a participação deles nas atividades ilegais dentro da terra indígena.
Ao menos oito serrarias eram operadas pela quadrilha de madeireiros, que usavam empresas de fachada para manter os negócios ilegais enganando os órgãos de fiscalização, ainda segundo o MPF.
Desde 2016, todas as serrarias cadastradas na cidade de Nova Esperança do Piriá haviam sido excluídas dos sistemas de produtos florestais por causa das ilegalidades, mas seguiram funcionando até pelo menos maio de 2021, conforme a denúncia.
No documento, o MPF cita que “apesar dos mandados judiciais expedidos, a atividade madeireira na região manteve o ritmo, com a continuidade, também, da extração dentro da Terra Indígena Alto Rio Guamá, sendo que algumas serrarias só trocaram de proprietário”.
As investigações mostraram, ainda, que os acusados usavam meios para evitar as fiscalizações, provocavam confusão patrimonial, com atividade comercial desordenada, compartilhando máquinas, infraestrutura e até recursos humanos, o que dificultou o desmantelamento da quadrilha.
Fonte: G1 Pará