Operação do Ibama descobre desmatamento de 76 hectares de Terra Indígena no sudeste do Pará

Operação do Ibama descobre desmatamento de 76 hectares de Terra Indígena no sudeste do Pará

Uma nova área de desmatamento em terras indígenas foi encontrada por equipes de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). Através de sobrevoos realizados na Terra Indígena Koatinemo, no sudeste do Pará, os agentes verificaram que ao menos 76 hectares de floresta foram derrubados somente nesse mês.

A TI Koatinemo fica localizada entre os municípios de Altamira e Senador José Porfírio. De acordo com o Ibama, a área desmatada equivale a cerca de 71 campos de futebol. O crime ambiental foi realizado com o intuito de preparar o plantio de pastagens na área.

Os invasores responsáveis pelo crime seriam grileiros, que teriam chegado à área por meio de estradas clandestinas, abertas através da TI Ituna Itatá, que faz fronteira com Koatinemo.

A TI de Ituna Itatá também já foi alvo de vários crimes ambientais realizados por grileiros. O Ibama estima que pelo menos mil hectares foram devastados somente em janeiro deste ano, fazendo com que a Ituna Itatá seja a Terra Indígena mais desmatada do Brasil, de acordo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

A operação de combate ao desmatamento realizada pelo Ibama já dura quase duas semanas. Cinco mil litros de combustíveis foram apreendidos em postos já foram apreendidos em postos clandestinos, em Vila Mocotó, na região Assurini. De acordo com a investigação, o combustível era utilizado para abastecer maquinas utilizados no abatimento ilegal de árvores na região.

Moradores de Vila Mocotó bloquearam os agentes ambientais, que estavam acompanhados de policiais militares e bombeiros. Os agentes conseguiram sair da região e levar o material apreendido até Altamira.

Em seguida, as ações fiscalização ambiental chegaram à TI Ituna Itatá, onde os agentes encontraram áreas de desmatamento ilegal.

A operação recebeu críticas do senador Zequinha Marinho (PSC-PA), que xingou os agentes de “servidores bandidos e malandros” e os acusou de queimar casas e carros em propriedades irregulares dentro da terra indígena, protegida por lei.

Para o Ibama, as declarações do senador “acabam legitimando os crimes ambientais” e prejudicam as ações de fiscalização ambiental.

Ainda segundo o Ibama, a operação tenta frear os altos índices de devastação na Amazônia. O Pará chegou a liderar o ranking do desmatamento com 58% da área total desmatada, em novembro de 2019, em seguida vem Mato Grosso (16%), Rondônia (9%), Amazonas (8%), Acre (4%), Roraima (3%), Amapá (1%) e Tocantins (1%).

Os principais alvos de desmatamento no Pará são as terras indígenas, de acordo com o Greenpeace. Um levantamento da organização mostra que a TI Ituna Itatá teve 94% do território autodeclarado por produtores a partir de Cadastros Ambientais. Para a organização, os mais de 200 registros mostram que o território estaria sendo ocupado por grileiros que se autodenominam donos de cada pedaço de terra.

Fonte: G1 Pará

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