Operação da PF “vaza” e garimpeiros ilegais no Pará escondem máquinas para encobrir crimes

Operação da PF “vaza” e garimpeiros ilegais no Pará escondem máquinas para encobrir crimes

O vazamento de uma operação de fiscalização, realizada pela Polícia Federal, Ibama e Funai, provocou uma intensa movimentação de garimpeiros ilegais, que esconderam todo o maquinário utilizado na extração clandestina de ouro nos territórios dos povos indígenas dos Munduruku.

Os fiscais da operação chegariam nos próximos dias ao município de Jacareacanga, sudoeste do Pará, porém, os garimpeiros anteciparam toda a operação, conseguindo fugir e sumir com provas dos crimes. De acordo com lideranças indígenas, não é a primeira vez que donos de garimpo são avisados antes de fiscalizações deste tipo.

Atos ilegais de garimpeiros são constantemente denunciados em várias regiões do Pará. No entanto, estes atos permanecem impunes, principalmente pela ação de políticos que insistem em defender os atos ilícitos dos garimpeiros.

É o caso do senador paraense Zequinha Marinho (PSC), que já apareceu diversas vezes em vídeos e imagens defendendo a exploração ilegal de madeira, garimpo, entre outras ações. Em janeiro deste ano, o senador chegou a se queixar de “excessos” cometidos pela PF, e categorizando as ações do Ibama como “pior que o do que o Estado Islâmico”.

Coincidentemente, o senador Zequinha Marinho já foi visto diversas vezes ao lado do ex-ministro do meio ambiente Ricardo Salles, que é investigado pela PF pelo crime ambiental de exportar madeira ilegal em várias regiões do país.

Com o apoio até de agentes políticos, não é de se estranhar que garimpeiros ilegais recebam informações privilegiadas para antecipar ações de fiscalização. Em dezembro, a operação Fool’s Gold (Ouro de Tolo, em português) da PF prendeu um delegado, acusado de vender informações. No entanto, desta vez, o vazamento teria sido comunicado em uma reunião com a presença de garimpeiros e de uma associação indígena controlada pelos interesses pró-garimpo. Segundo indígenas ouvidos pela reportagem, um representante da Funai foi ao encontro.

“Para nós, essa reunião em que as autoridades fizeram um acordo com os garimpeiros foi um equívoco. Deram 15 dias para que todos os garimpeiros brancos retirassem seus bens”, afirma Ademir Kaba Munduruku. “Daí, por incrível que pareça, as principais cabeças que têm provocado toda essa violência continuam livres, enquanto nós temos que nos recolher e ficar com a liberdade tolhida”, afirma o líder indígena, que se opõe à exploração de ouro.

Fonte: Uol Notícias

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