Ônibus com ar-condicionado permanecem parados em Belém

Ônibus com ar-condicionado permanecem parados em Belém

A cidade de Belém enfrenta um impasse em relação à circulação de 300 novos ônibus que deveriam reforçar a frota do transporte coletivo e proporcionar mais conforto aos cerca de 500 mil passageiros que utilizam o serviço diariamente. Embora 51 desses veículos já tenham chegado à capital, eles permanecem estacionados nas garagens e não foram colocados em operação.

Diante dessa situação, a Procuradoria Geral do Município (PGM) entrou na Justiça para exigir que os ônibus comecem a circular. Muitos veículos que estam armazenados em garagens foram encontrados expostos ao sol e à chuva, sem proteção.

Com temperaturas frequentemente acima de 30°C, o transporte público sem ar condicionado tem sido motivo de reclamações constantes entre os usuários. Valcimar Campos, um operador de produção, expressou seu descontentamento ao dizer que “parece que está pegando fogo” dentro dos coletivos.

O cenário de inércia ocorre mesmo após o acordo firmado há um ano entre a Prefeitura de Belém, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) e o Governo do Estado, que previa a entrada em operação dos novos veículos com ar condicionado e Wi-Fi.

Apesar da expectativa, a frota de Belém continua com os mesmos 1.115 ônibus, cuja idade média é de oito anos e meio, segundo a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana (Semob). A primeira remessa dos novos veículos chegou à cidade em junho de 2024, com previsão de início das operações em agosto. Contudo, até agora, nada foi alterado.

O investimento das empresas no novo sistema de transporte está estimado em R$ 250 milhões, impulsionado por incentivos fiscais concedidos pela Prefeitura de Belém e pelo Governo do Pará. No entanto, os 51 ônibus que chegaram permanecem parados, sem ter entrado em circulação. Vinte desses veículos pertencem a empresas que operam no transporte municipal, e os outros 31 estão nas garagens de companhias que atendem à região metropolitana.

Ainda em setembro, a PGM acionou a Justiça solicitando que as empresas cumpram o acordo e coloquem os novos ônibus nas ruas de imediato. Segundo Ana Valéria Borges, superintendente da Semob, apenas duas empresas iniciaram o processo de licenciamento de 11 veículos até agora.

Em nota, o Setransbel afirmou que as empresas associadas já adquiriram todos os 300 novos ônibus e apresentaram a documentação comprobatória da compra. No entanto, quanto à operação dos veículos, o sindicato declarou que “a questão está sendo tratada na Justiça”.

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