O Jogo: Coluna do Cientista Social – Leandro Lima

O Jogo: Coluna do Cientista Social – Leandro Lima

O presidente reuniu na manhã da última quinta-feira, 4, com dirigentes de pelo menos seis partidos políticos. O objetivo é buscar aderência dos parlamentares às propostas enviadas pelo governo ao legislativo. Vai governo, vem governo e nada muda quando o assunto é buscar apoio no congresso. Os holofotes todos se voltam para o que será pedido, ou mesmo oferecido, para que o acordo aconteça.

Na nossa história recente, houve dois presidentes que se recusaram, ou não se mostraram habilidosos o suficiente, para lidar com o parlamento, são eles: Collor e Dilma. É cedo para fazer qualquer insinuação sobre um possível impedimento do presidente, mas é bom não cutucar a onça com vara curta. Depois dos foguetórios ao fim do segundo turno, começa a árdua tarefa de governar. As primeiras especulações, é claro, giram em torno de quem serão nomeados ministros. Para nomear um ministro, sem minimizar a dificuldade que deve ser para encontrar um candidato talentoso o suficiente, precisa-se apenas de uma “canetada” presidencial. Ao passo que para se ter uma boa base no parlamento o esforço será, quase sempre, árduo. É algo que depende umbilicalmente da habilidade de quem tem ascendência na mesa de negociação, já que partido algum vai cooperar sem ter garantias de que seus interesses serão minimamente atendidos. 

Não resta dúvidas que é muito importante se ter um bom grupo de ministros preparados e que entendam de políticas públicas. Mas sem uma boa base no congresso, o presidente se encontra de mãos atadas. A tão criticada distribuição de cargos não é algo novo e poderá acontecer, como adianta o próprio vice-presidente. Resta torcer para que o presidente reúna a sabedoria necessária para formar uma base aliada no parlamento e que se caso exista distribuição de cargos, que se respeitem os critérios necessários para a escolha de quem se propõe a ocupá-los. Afinal, brincar com a coisa pública é algo condenável, além de reservar aos seus autores consequências incalculáveis.

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