Número de mulheres eleitas em municípios paraenses aumenta em 2020

Número de mulheres eleitas em municípios paraenses aumenta em 2020

O número de mulheres eleitas nos municípios paraenses aumentou neste ano. Dos 142 municípios do estado, 26 elegeram mulheres como representantes da prefeitura nos próximos 4 anos. Neste ano 113 mulheres foram candidatas no Pará, 17,07% do total de candidaturas registradas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número é maior do que o registrado na última eleição, em 2016, quando 85 candidaturas de mulheres foram oficializadas.

Em todo o Brasil o TSE registrou que 12,2% das prefeituras do Brasil elegeram mulheres. Em 2016 esse número foi de 11,57%. De acordo com a Justiça Eleitoral, no pleito deste ano, as mulheres representaram 33,6% do total de 557.389 candidaturas, superando o maior índice das últimas três eleições.

O resultado aponta crescimento de 23,80% no número de representantes femininas nas prefeituras paraenses. Para Karol Cavalcante, socióloga e mestre em Ciências Políticas, os dados demonstram que é necessário a criação de meios para garantir maior presença das mulheres nos parlamentos.

“Estamos avançando, ainda que em passos lentos. Para garantir maior presença feminina nos parlamentos, o ideal seria que a lei pudesse prever a reserva de vagas entre eleitos, ao invés de ser apenas entre os que vão participar da competição. Países como a Argentina, por exemplo, avançaram significativamente na participação política feminina ao adotar medidas como essa. Existem centenas de projetos tramitando na Câmara e no Senado no que diz respeito a representatividade feminina. Mas esse não é um tema prioritário para o parlamento brasileiro que é majoritariamente composto por homens”, afirma. 

Em 2009, a legislação brasileira passou a obrigar os partidos políticos a destinar 30% das vagas para candidaturas femininas. No pleito deste ano, pela primeira vez, entrou em vigor as novas regras da reserva de, no mínimo, 30% dos fundos eleitoral e partidário e do mesmo percentual para tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão para as mulheres, com a obrigatoriedade dos partidos de fazer a divulgação das candidaturas. 

Cavalcante ressalta que a política é um espaço para mulheres e requer condições próprias para elas.

“Na sociedade brasileira antes de 1930, as mulheres não eram consideradas cidadãs, e foi somente a partir desta data que conquistaram o direito ao voto, e com isso resultaram outras conquistas como a possibilidade de serem eleitas a cargos públicos e de estarem a frente da administração pública em vários níveis e esferas administrativas. A atividade política partidária requer tempo, algo que é escasso as mulheres que na maioria das vezes carregam consigo a responsabilidade do trabalho doméstico, cuidados com os filhos e sobrecarga de trabalho remunerado. A política é um espaço também para as mulheres, mas é preciso criar condições para que elas participem em condições de igualdade e os partidos políticos devem atentar para essa realidade”, acredita.

Na cidade de Santarém, a candidata Maria (PT) ainda concorre ao 2° turno das eleições deste ano.

Fonte: Oliberal

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