Um balanço divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA) mostra que entre os meses de março a maio deste ano mais de 60 mil trabalhadores foram demitidos no Pará. O período é corresponde ao pico da pandemia de novo coronavírus no estado, mostrando a relação direta da doença com o aumento das demissões.
O levantamento mostra que a geração de emprego teve saldo negativo neste período. Analisando o trimestre, foram realizadas 47.874 admissões contra 62.307 desligamentos, correspondente a um saldo negativo de 14.433 vagas.
Segundo especialistas, o desemprego atinge diversas idade e graus de escolaridade. “É um ano perdido porque se nós levarmos em consideração da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua no Brasil, é possível ver que existe um número expressivo de jovens desempregados, um número alarmante de desempregados sem escolaridade, sem instrução, e um outro número que também faz parte desse bolo é de pessoas qualificadas e com um alto grau de escolaridade que estão desempregadas”, disse o economista André Cutrim.
Apesar de atingir diversos graus de escolaridade, o desemprego pode ser ainda mais difícil para pessoas com baixa escolaridade. Especialistas alertam que para essa parcela da população é necessária a criação de políticas públicas que incentivem a capacitação. “Se você não oferecer um curso, uma especialização, um técnico, para que essas pessoas possam migrar e ter uma oportunidade de alcançar um trabalho, a condição delas é aumentar o nível de pobreza”, disse o economista Cutrim.
Em maio, o Dieese divulgou um outro estudo que apontou que cerca de 100 mil belenenses estão desempregados. Os dados analisados fazem um comparativo entre primeiro trimestre de 2020 e o último trimestre de 2019. Segundo o levantamento, só no primeiro trimestre de 2020, o número de desempregados em Belém cresceu 18,6%, correspondente a 16 mil pessoas a mais sem ocupação.
Fonte G1 Pará