MPF solicita suspensão de licenciamentos de operação em Volta Grande do Xingu.

MPF solicita suspensão de licenciamentos de operação em Volta Grande do Xingu.

Uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF) está solicitando que o governo do Pará suspenda todos os processos de licenciamento ambiental de atividades na Volta Grande do Xingu. O MPF pede que antes das licenças, testes sejam realizados para verificar a capacidade dos ecossistemas locais de suportarem o desvio de água para a geração de energia da barragem Belo Monte.

O pedido foi realizado nesta quarta-feira (9) e o governo paraense tem o prazo de 20 dias para responder o documento. Um documento já enviado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) ao MPF, atesta que não é “desejável” a instalação de qualquer empreendimento na região devido a imprevisibilidade das condições ecológicas da região.

Em um dos processos que tramitam no judiciário contra a Belo Sun, a Justiça Federal de Altamira deu sentença favorável ao MPF, determinando que o licenciamento não pode prosseguir na Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) e enviando os pedidos da Belo Sun para o Ibama. A empresa recorreu ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região e o recurso aguarda uma decisão da segunda instância. Enquanto aguarda o julgamento na 2ª instância, no entendimento do MPF, a Semas e o governo paraense devem tomar medidas de cautela para proteger a Volta Grande, ainda que os órgãos federais já tenham se pronunciado sobre a fragilidade da região.

O período de testes do chamado hidrograma de consenso, previsto nas licenças de Belo Monte, ainda nem começou. A previsão é que dure seis anos, a contar da conclusão total das obras da usina, que deve ocorrer em dezembro de 2019. Durante esse prazo, tanto Ibama, quanto Funai consideram que a instalação de qualquer novo empreendimento na mesma região representa riscos ecológicos e sociais muito altos. O MPF também realizou estudos técnicos que apontam para a mesma conclusão.

Fonte: G1 Pará

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