O Ministério Público Federal (MPF) solicitou a suspensão de uma empresa de segurança que fazia parte de uma milícia no município de Marabá, sudeste do Pará. De acordo com a investigação do MPF, a empresa Marca Vigilância era contratada por fazendeiros para ameaçar e expulsar moradores de uma área ribeirinha pertencente à União.
Entre os contratantes estão Rafael Bemerguy Sefer, filho do ex-deputado estadual Luiz Sefer, Marcos Antonio Fachetti, proprietário de outra fazenda, e seu filho Marcos Antonio Fachetti Filho.
Diversas famílias ribeirinhas procuraram o MPF para denunciar que estavam sendo ameaçadas em diversos locais do município, como o Lago dos Macacos, Comunidade Flor do Brasil e o Projeto de Assentamento (P. A.) Diamante, os dois últimos com assentados com títulos de uso de suas terras, e o primeiro em processo de autorização pela Secretaria de Patrimônio da União.
De acordo com o relato das vítimas, funcionários da empresa Marca Vigilância passaram a invadir os pequenos lotes dos ribeirinhos e ameaçá-los, apontando armas até para crianças, ordenando que saíssem de suas casas, chegando, inclusive, a atear fogo em alguns barracos.
Na última semana de setembro, a pedido do MPF, uma equipe da Polícia Rodoviária Federal prontamente se dirigiu ao local e flagrou oito homens, supostamente contratados da empresa Marca Vigilância, fazendo uma barreira armada na estrada que leva à comunidade ribeirinha, impedindo que moradores saíssem ou voltassem para suas casas. A barreira ficava localizada em uma área que não pertence a nenhuma das fazendas, em terras da União.
As armas dos vigilantes foram apreendidas e foi feita uma certidão de ocorrência, mas para cessar as violências contra os assentados, o MPF ajuizou um pedido cautelar para suspender o contrato de prestação de serviços da Marca Vigilância e paralisar todas as atividades de demarcação e expansão das fazendas.
Fonte: MPF