O Ministério Público Federal decidiu abrir inquérito contra a Operação Pajé Brabo II, da Força Aérea Brasileira, que combate o garimpo ilegal em áreas protegidas da região de Jacareacanga (PA). Um documento já foi despachado pelo MPF para exigir esclarecimentos sobre várias ações da operação.
A investigação do MPF tem como base o fato de que garimpeiros ilegais da região conseguiram interromper as atividades de mineração e esconder o maquinário antes que a fiscalização o encontrasse, como se tivessem conhecimento prévio das ações da Operação.
Ainda de acordo com o MPF, a FAB também tinha o conhecimento prévio dos alvos e períodos de execução da Operação Pajé Brabo II, sendo que o sigilo das informações garantiria a efetividade da ação, especialmente o flagrante dos infratores e a apreensão dos equipamentos por eles utilizados.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) afirma que a FAB teria contrariado a recomendação da equipe do Grupo Especial de Fiscalização, se utilizando do aeroporto de Jacareacanga e eliminando o efeito “surpresa” ao abastecer uma aeronave empregada durante o transporte do combustível.
Para o Ibama, a ação implicou no vazamento da operação no dia 4 de agosto de 2020, resultando na imediata interrupção das atividades garimpeiras, com ocultação dos maquinários pesados nos alvos de atuação.
Com base nas informações, o MPF pede esclarecimentos e informações sobre a obstrução, assim como os nomes dos servidores que atuaram e dos servidores da FAB que prestaram apoio logístico à equipe de fiscalização.
Fonte: G1 Pará