Uma boa notícia no meio das diversas informações sobre o novo coronavírus no Pará. Dados da Secretaria de Saúde mostram que o Pará já tem 1.118 casos de pacientes considerados recuperados de covid-19, pois não apresentam mais nenhum sintoma.
É o caso do professor Harley Bichara, 40, que se recuperou totalmente da doença. Tive febre de 39.6 graus, me sentia fraco, com dor no peito e dificuldade de respirar, por isso procurei a UPA da Sacramenta, que me encaminhou para o Hospital de Campanha de Belém. Foi Deus que me mandou para lá. Fiquei uns dias na UTI e recebi um atendimento de excelência”, afirma.
No hospital de Campanha, o professor relata que recebeu um excelente atendimento. “No Hospital de Campanha é tudo bem limpo o tempo todo, tudo novo, tudo de qualidade para o nosso conforto”, conta Harley.
Segundo dados fornecidos pelo Hospital de Campanha de Belém, até às 17h de segunda-feira (27), 193 pacientes estão sendo atendidos, sendo 22 em leitos de Unidade de Tratamento Intensiva (UTI). Ao todo, já foram atendidos 336 pacientes, dos quais 27 foram transferidos e 95 receberam alta.
O técnico em rastreamento veicular, Michel Silva, de 40 anos, hipertenso e ex-fumante, também é um dos pacientes recuperados do novo coronavírus. Michel contou que os primeiros sintomas, como febre e irritação na garganta, começaram no início do mês e persistiram, mesmo após fazer uso de medicação.
“Apresentei falta de ar e passei dois dias internado na UPA da Sacramenta, mas continuava com a respiração muito ruim e fui transferido para o Hospital Abelardo Santos. Fiquei internado em UTI, mas não precisei ser intubado”, conta.
Michel teve alta no último sábado (25) e está com um sentimento de gratidão a Deus e à equipe que cuidou dele para o restabelecimento da sua saúde.
“Só posso agradecer a Deus por ter me dado mais uma oportunidade de vida ao me encaminhar para o Abelardo. As pessoas que trabalham lá salvaram a minha vida. Todos os profissionais eram atenciosos e faziam de tudo por mim, desde os cuidados com a alimentação, os exercícios pulmonares, até tentar me animar e me dar força para lutar pela minha vida” – Michel Silva, técnico de sistema de resfriamento.
O técnico alugou um quarto, após ter alta do hospital, para permanecer em isolamento e proteger a sua família. “Nesse momento, não encontrar as minhas filhas é protegê-las. Fazemos videochamada para matar a saudade. As pessoas precisam entender que o isolamento é muito importante. O trabalho conseguimos recuperar depois, mas a nossa vida é única. Então, peço que quem puder, fique em casa”, alerta.
Santarém e Marabá
Neste último final de semana, os primeiros internados nos Hospitais de Campanha de Santarém e Marabá já deixaram as unidades recuperados. Os pacientes seguem com o tratamento em casa e em isolamento domiciliar.
No Hospital de Campanha de Santarém, o primeiro paciente de covid-19 a ter alta foi Joe Luiz, de 73 anos, que recebeu tratamento e foi liberado no sábado (25). Em Marabá, após seis dias de internação, José Farias foi o primeiro paciente de covid-19 a ter alta no Hospital de Campanha de Marabá. Depois de ser transferido para o HC, ele recebeu tratamento, teve melhora do seu quadro clínico e foi liberado.
Abelardo Santos, em Icoaraci
A médica da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional Abelardo Santos, Elaine Beltrão afirma que, apesar da agressividade da covid-19, a taxa de sucesso no tratamento dos pacientes é significativa.
“Na UTI eles são acompanhados por médicos, fisioterapeutas, equipe de enfermagem 24 horas. Exames são realizados diariamente para correção de eventuais distúrbios metabólicos, bem como para a verificação da própria evolução da doença. Os equipamentos modernos de hospitais como o Abelardo Santos permitem esse diagnóstico precoce de possíveis complicações”, explica a médica.
De um modo geral, o novo coronavírus causa, na maioria das vezes, sintomatologia leve, sem necessidade de internação. Porém, em pessoas pertencentes a grupos de riscos, com comorbidades ou imunodeprimidos, ou mesmo pessoas que simplesmente apresentam evolução mais grave do quadro, é preciso internar para monitorar.
“A terapia intensiva é um setor crítico e recebe pacientes mais graves, sendo uma doença bastante agressiva em certas pessoas, então é difícil prever os desfechos. Mas temos tido sucesso no tratamento com bom número de altas hospitalares”, atesta Elaine Beltrão.
Fonte: Agência Pará