Lucro na Pecuária: Pará já exportou 30 mil cabeças de gado neste ano

Lucro na Pecuária: Pará já exportou 30 mil cabeças de gado neste ano

De acordo com dados da Associação Brasileira de Exportadores de Gado (Abeg), o Pará exportou cerca de 30 mil cabeças de gado no primeiro trimestre deste ano, correspondendo a 60% do total de animais comercializados em todo o país. Em comparação com o primeiro trimestre de 2021, a quantia exportada pelo Pará apresentou estabilidade, com uma pequena margem de crescimento, de menos de duas mil cabeças.

Os principais compradores de gado do Brasil são Turquia, Iraque, Líbano, Arábia Saudita e Jordânia, que, juntos, foram responsáveis pela aquisição dos cerca de 50 mil gados em pé do Brasil, entre janeiro e março deste ano.

De acordo com dados do setor, a demanda mundial por boi vivo é de cinco milhões de cabeças por ano, média registrada nos últimos dez anos. Segundo o presidente da Abeg, Lincoln Bueno, a tendencia é que essa demanda aumente ainda mais.

 “O preço do Brasil está ficando mais baixo e a nossa oferta de gado está melhorando. A reposição do rebanho foi também muito bem-sucedida. Nós estávamos com o rebanho em baixa até o ano passado, mas este ano já está tendo muita produção de gado: bezerros, garrotes, boi gordo. Então, a tendência para o segundo e também para o terceiro trimestre é de crescimento. Será paulatinamente, não vai ser nenhuma explosão, mas vai aumentar”, anuncia.

O maior concorrente do Brasil, na América Latina, é a Colômbia, seguido por Uruguai, que também tem destaque na comercialização de gado em pé. São concorrentes de outros continentes, com maior expressividade, Hungria e Romênia. “Também tem a Austrália, que exporta para muitos países asiáticos, como Indonésia, Malásia, Vietnã. A Austrália é um forte concorrente lá, por isso temos vendido pouco para aquele mercado, vendemos no ano passado, mas este ano ainda não conseguimos vender. México e Canadá exportam muito boi vivo para os Estados Unidos, por via terrestre. Então, é um mercado que possui uma boa demanda no mundo. Cada região escolhe seus fornecedores pela proximidade, pelo tipo de gado e outros atributos”, complementa.

Ciclo produtivo

A exportação de boi vivo do Pará e do Brasil atingiu o melhor desempenho em 2018, mas o grande número de abate de fêmeas fez com que a reposição de cabeças fosse prejudicada a partir de 2019. “O abate das matrizes diminuiu o número de crias. Em 2019, a exportação de boi vivo do Pará foi diminuindo. No final de 2020, entrou a China, que ‘puxa’ bastante exportação, quando a oferta já estava menor. Então, nós tivermos perdas para os outros concorrentes. Mas, como já dissemos, o rebanho do Pará e do Brasil estão aumentando bem. O pessoal reteve as matrizes, os bancos oficiais emprestaram a verba para que os pecuaristas pudessem reter as fêmeas ou para comprar novilhas para futuras inseminações. Então, já estamos recuperando. Acredito que no próximo ano será ainda melhor”, reitera.

Os países que optam por comprar o gado vivo do Brasil são, em sua maioria, muçulmanos, e possuem como primeiro fator, de acordo com Lincoln Bueno, um traço cultural: o gosto pela carne do animal recém-abatido. A segunda razão, para o presidente da Abeg, é a religiosidade dos povos. “Eles têm a certeza absoluta de que é um sheik que está fazendo o abate, seguindo as normas mulçumanas. Então, esses dois fatores viabilizam muito o mercado, principalmente nas periferias das grandes capitais e no interior dos países compradores”, explica.

O Brasil ingressou no mercado em 2010, quando o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) editou a primeira Instrução Normativa (IN) para regular a atividade, com normas estabelecidas de práticas sanitárias e de bem-estar animal. Após atualização em 2011, o governo brasileiro editou a IN nº 46, em 2018, com novo regulamento para a exportação de bovinos, bubalinos, ovinos e caprinos vivos. A normatização permitiu ao país estabelecer acordos bilaterais com Angola, Arábia Saudita, Argentina, Bolívia, Cazaquistão, Emirados Árabes, Egito, Iraque, Líbano, Jordânia, Paraguai, Singapura, Turquia, Uruguai e Venezuela.

Fonte: Oliberal

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