Por decisão da Justiça, nesta quarta-feira, 23, trabalhadores rurais sem-terra foram soltos depois de passarem 50 dias presos. Eles eram acusados por um delegado de terem participado do ‘dia do fogo’, quando queimadas foram organizadas de forma criminosa na região de Novo Progresso, no Pará.
Desde o começo a prisão dos três sem-terra ia na mão da principal investigação da Polícia Federal, que apontou a participação de fazendeiros e empresários como os principais suspeitos pelas queimadas criminosas.
A investigação oficial revelou que os organizadores do ‘dia do fogo’ compraram combustível e contrataram motoqueiros para incendiar a floresta. Os responsáveis racharam os custos do ataque e se organizaram por meio de grupos de WhatsApp.
A libertação de Silvanira Teixeira de Paula, Francisco das Neves Ferreira e Antônio dos Santos foi determinada pela juíza Sandra Maria Correia da Silva, do Tribunal Regional Federal, atendendo a um pedido do Ministério Público Federal.
A decisão ocorre um dia após a Polícia Federal fazer buscas e apreensões na casa e no escritório do presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Novo Progresso, Agamenon Menezes. A operação Pacto de Fogo também cumpriu mandados na casa de outros três suspeitos de terem organizado o ataque, mas os alvos não foram divulgados.
Em defesa da soltura, a juíza argumentou que os sem-terra estavam presos sem julgamento há demasiado tempo, que tinham bons antecedentes e que dois deles sofrem com doenças crônicas.
Fonte: Folha de SP