Em um pronunciamento realizado no plenário do Senado Federal nesta quarta-feira, 29, o Senador Jader Barbalho (MDB) denunciou que a Floresta Amazônica está correndo risco extremo de desmatamento nos próximos meses.
O risco, de acordo com o senador, está relacionado com a intenção do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, de utilizar 3,4 bilhões para pagar indenizações aos donos de propriedades privadas, que vivem em áreas de unidades de conservação.
O recurso, proveniente do Fundo da Amazônia, é doado pelos países europeus Noruega e Alemanha, e destina-se para financiar a compra de terrenos e propriedades de áreas protegidas. Para Jader Barbalho, a decisão do Ministro desvirtua completamente o propósito para qual o Fundo foi criado.
Essa atitude coloca em xeque o acordo firmado durante a 12ª Conferência (COP-12) da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, que instituiu a doação voluntária dos países em desenvolvimento para a redução dos gases de efeito estufa, os quais são agravados com o avanço do desmatamento da Amazônia.
De acordo com Jader Barbalho, a destinação do Fundo para proprietários de terra não se justifica, uma vez que já existe um fundo de cerca de 1 bilhão usado unicamente para a regulação fundiária. Para o senador, a decisão do ministro “É uma grave mancha na imagem do Brasil e faz com que nosso país perca a credibilidade internacional”.
O senador ainda destaca que o avanço do desmatamento tem impactos também na economia do país, uma vez que interfere na comercialização e exportação de commodities para o mercado internacional.
O Fundo da Amazônia atualmente possui três doadores: o governo da Noruega (R$ 2.914.355.262,70), a República Federativa da Alemanha (R$ 192.690.396,00) e a Petrobras (R$ 16.045.600,53).