Índios temem perder terra para fazendeiros em Santarém (PA)

Índios temem perder terra para fazendeiros em Santarém (PA)

Comunidades indígenas da etnia Munduruku, localizados em Santarém, no Pará, estão denunciando as práticas ilegais de fazendeiros da região, que estão avançando cada vez mais o plantio de soja e aumento a aplicação de pesticidas. A prática vem poluindo rios, lençóis freáticos e as próprias plantações dos indígenas. Os índios ainda relatam que o veneno causa ânsia de vomito, coceira na pele, falta de ar e tonturas aos nativos.

A região de Santarém é considerada uma das maiores exportadoras de soja, um ponto de fluxo do comércio brasileiro, que conecta a cidade de Cuiabá pela BR-163. As diversas plantações do grão ficam a poucos metros das áreas onde a tribo Munduruku está instalada, território que desde 1988 os indígenas lutam para ter o reconhecimento e a demarcação da terra.

A agricultura tem se acelerado para a região norte em mais de 40 anos. Através de várias rotas, como Belém a Brasília, Cuiabá a Porta Velho e na região oeste do Pará, pela BR-163. Calcula-se que pelo menos 20% da Amazônia já tenha sido desmatada neste processo, para a criação de gado e plantio de soja.

Para tentar frear esse avanço e possível destruição de suas terras. Os Munduruku apelaram à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA) no final de 2018. No entanto, quando o órgão enviou uma delegação a região de Santarém, foram impedidos por dezenas de caminhões de fazendeiros.

Essa dificuldade na luta por demarcação de terras para os Munduruku e outros povos está mais acentuada, após várias medidas do governo de Jair Bolsonaro, que esvaziou a Fundação Nacional do Índio (Funai) tirando a responsabilidade do órgão em delimitar terras indígenas, transferindo esse poder ao Ministério da Agricultura.

Fonte: Terra  

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