Investir no bem-estar dos pacientes, dentro do hospital, é missão do Hospital Madrecor, que faz parte do Sistema Hapvida, em Uberlândia. A operadora compreende que a estrutura física da unidade também interfere no bom tratamento das pessoas que estão internadas. Desta forma, desenvolveu um projeto com objetivo auxiliar no tratamento de pacientes internados na UTI da unidade, promovendo um passeio pelo jardim arborizado do hospital.
A iniciativa experimenta os resultados positivos da junção entre arquitetura e atendimento humanizado, e fica na parte interior da unidade, em frente à UTI Geral. Com um espaço em torno de 570 metros quadrados, com um projeto paisagístico que contempla árvores, plantas, flores e bancos, que se assemelham àqueles encontrados em praças públicas, além de uma roda d´água e monjolo. Nesse ambiente, uma vez por semana, no final da tarde, a equipe multidisciplinar da UTI leva entre uma a três pessoas para passearem pelo jardim.
Segundo a Diretora Corporativa de Terapia Intensiva do Sistema Hapvida, Franciane Gonçalves, o objetivo do projeto, que nasceu há cinco anos, é tirar o paciente do ambiente em que está, muitas vezes por vários dias deitado, para proporcionar a ele o contato com a luz solar e a natureza. “Esse procedimento nos ajuda a diminuir possíveis delírios dos pacientes que, muitas vezes, ocorrem por falta de luz solar. Estar naquele ambiente aconchegante e próximo da natureza é terapêutico. O paciente respira um outro ar, lembra que está vivo e, além disso, estimulamos a mobilização precoce dele”, diz.
Experiência que cura
Mariza Aparecida de Assis Oliveira, 55, teve uma ótima experiência com o projeto do Hospital Madrecor. Ela ficou três meses internada na UTI, entre novembro de 2019 e fevereiro de 2020, com uma doença chamada síndrome de Goodpasture. Após ser internada com uma infecção de urina, o quadro dela evolui negativamente de forma rápida e teve de ser intubada.
Depois de 20 dias de intubação, a paciente teve de passar por uma traqueostomia. A doença afetou todos os órgãos de Mariza, inclusive paralisou as pernas e a fez perder a fala.
Nos últimos dias internada, Mariza era conduzida pela equipe da UTI até o jardim. Ainda sem falar e locomovendo-se por meio de uma cadeira de rodas, a paciente conta que se sentia aliviada ao ver a luz do sol, a água e respirar o ar. “Eu me sentia viva. Com uma vontade de continuar vivendo. Em pensamento eu falava com Deus. Era o momento meu com Ele. Muitas vezes minhas filhas puderam me acompanhar nesses passeios, e eu sentia uma força enorme para me recuperar. Foi uma linda experiência meu contato com esse projeto e tenho certeza que ele acelerou o meu processo de recuperação”, conta emocionada.
“Hoje, eu dou muito valor ao ar que respiro, ao cheiro do ar que eu respirava no jardim. Agradeço a todos os profissionais do Hospital pelo acolhimento, orações e paciência comigo. Tudo isso foi fundamental para a minha recuperação milagrosa”, conclui Mariza.
O Diretor Corporativo de Terapia Intensiva do Sistema Hapvida, Paulo Eugênio Tavares, iniciativas como essa transforma o ambiente hospitalar em um lugar mais acolhedor. “Um dos pilares do Sistema Hapvida é o acolhimento. Desta forma, conseguimos pensar em atividades que tragam mais bem-estar para os pacientes que se encontram em situações muito delicadas na UTI. O jardim, que é realizado o projeto, tem toda a estrutura necessária para receber nossos clientes com muita atenção e cuidado”.
Para visita ao jardim, a prioridade é daqueles pacientes que estão com condições de saírem da UTI. “Nós desenvolvemos um checklist de segurança que permite identificar aquele paciente que tem condição de ir ao jardim, como, por exemplo, já conseguir sentar sozinho na cadeira de rodas. Ele sempre vai acompanhado de um profissional de enfermagem, fisioterapia e, em casos mais delicados, de um médico”, destaca a Franciane Gonçalves.
A diretora salienta ainda que, em alguns casos, a família é convidada a estar com o paciente, mais uma situação importante que influencia positivamente no tratamento. O espaço também é aberto para os pacientes internados na enfermaria, estes têm livre acesso ao ambiente, basta o paciente solicitar ao posto de enfermagem e, se necessário, um profissional o acompanha ao local.
“O jardim não é somente bonito. Ele é terapêutico. É um cuidado especial que os pacientes recebem, principalmente, para aqueles que se encontram na unidade de tratamento intensivo. Qual família não gostaria de saber que o seu parente está sendo bem cuidado, com humanização, carinho e respeito? O Hapvida pensa nesses espaços, que têm utilidade real, para dar mais qualidade de vida às pessoas”, ressalta Franciane Gonçalves.
Além de Uberlândia, o projeto foi implementado também em três hospitais de saúde da rede, nas cidades de Teresina (PI), Ribeirão Preto (SP) e Araraquara (SP).