Garimpeiros tentam invadir base da PF em protesto contra a operação ‘Mundurukânia’

Garimpeiros tentam invadir base da PF em protesto contra a operação ‘Mundurukânia’

Garimpeiros realizaram uma manifestação contra as ações da “Operação Mundurukânia”, da Polícia Federal, na manhã desta quarta-feira (26). A operação visa combater garimpos ilegais nas terras indígenas Munduruku e Sai Cinza, no município de Jacareacanga, no sudoeste paraense.

As ações da PF começaram na terça-feira (25), onde os agentes comunicaram que “as forças de segurança que participavam da ação foram surpreendidas por um grupo de garimpeiros, que iniciou um protesto contra a operação de proteção das terras indígenas”.

No protesto, os garimpeiros tentaram invadir a base da PF. Alguns depredaram o local, o que provocou medidas de contenção por parte dos policiais, que dispersaram os invasores sem uso de força letal.

A Operação Mundurukânia conta com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Força Nacional. 134 servidores participam desta ação contra crimes ambientais na região.

A ação investiga os crimes de associação criminosa (art. 288 do Código Penal), exploração ilegal de matéria-prima pertencente a União (art. 2º da Lei 8.176/1991), e delito contra o meio ambiente previsto no art. 55 da Lei 9.605/1998, além de outras atividades ilegais que venham a ser descobertas ao longo da investigação. 

A prática criminosa, além de provocar graves danos ao meio ambiente devido ao uso de produtos químicos altamente nocivos, como a poluição de rios e lençóis freáticos, também gera uma série de outros problemas sociais na região, como conflitos entre garimpeiros e indígenas.

Combate às atividades ilegais

Vale ressaltar que várias outras ações vêm sendo deflagradas na região ao longo dos últimos anos, como a “Operação Pajé Brabo”, em 2018, a “Operação Bezerro de Ouro”, em 2020, que teve duas fases, e “Operação Divita 709″ e a “Bezerro de Ouro 709”, ambas em 2021.

O cumprimento dessas operações também faz parte de uma série de medidas, determinadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, em julho do ano passado, para realizar o enfrentamento e monitoramento da covid-19; entre a população indígena.

Dentre as medidas solicitadas, estão a expulsão de invasores das terras indígenas, assim como a implantação de barreiras sanitárias periódicas, ampliação da assistência médica e social e entrega de cestas alimentares. A elaboração de um plano geral de enfrentamento da pandemia está sendo conduzido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, em conjunto com o Ministério da Saúde; Fundação Nacional do Índio (Funai); Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e outros órgãos ligados diretamente à causa.

O nome da operação faz referência ao povo Munduruku, que dominava culturalmente a região do Vale do Tapajós que, nos primeiros tempos de contato durante o século XIX, era conhecida como Mundurukânia.

Fonte: Oliberal

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