Falta de saneamento causa quase 500 mil internações por ano no SUS

Falta de saneamento causa quase 500 mil internações por ano no SUS

Quando se fala em investimento em saúde muito se pensa na construção de hospitais, compra de aparelhos, remédios, entre outros insumos. No entanto, a falta saneamento é outro setor que tem grande impacto na proliferação de doenças e que é responsável pela sobrecarga do SUS no Brasil.

Os gastos que o país tem com doenças causadas pela falta de saneamento somam mais de R$ 217 milhões por ano em internações e procedimentos ambulatoriais. Só nos últimos cinco anos, foram mais de R$ 1 bilhão despendidos por esse motivo.

Uma das cidades que mais sofre pela falta de saneamento é Ananindeua (PA). O município possui menos de 1% de atendimento por rede de esgoto e apenas 30% da população possuí água tratada.

De acordo com um levantamento do Ministério da Saúde, pelo menos 27 doenças recorrentes no país são oriundas de problemas relacionados ao saneamento. Entre as doenças mais frequentes estão diarreias, amebíase, esquistossomose, hepatite A, e dengue.

Somente em 2018 essas doenças causaram 487 mil internações e 533 mil procedimentos ambulatoriais. Para Leandro Giatti, da Faculdade de Saúde Pública da USP, a baixa notificação de algumas doenças, em especial diarreia, escamoteia a situação de parte expressiva da população que tem o problema.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) aponta que 94% dos casos de diarreia no mundo ocorrem devido à falta de acesso à água de qualidade e ao saneamento precário. Hoje, a diarreia é a segunda causa de morte em crianças menores de cinco anos no mundo.

A mesma organização estima que, a cada US$ 1 investido em saneamento, US$ 4,3 são economizados em saúde. Dados de estudos recentes reforçam essa associação.

Fonte: Folha de SP

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