Em um documento divulgado nesta terça-feira, 17, o Facebook admitiu que monitora cada um dos seus usuários, mesmo que a função de geolocalização do Smartphone esteja desligada. A justificativa, de acordo com a empresa, é a de que o monitoramento continua por razões de segurança e objetivos publicitários.
A informação foi divulgada no perfil do Twitter de uma repórter do jornal americano The Hill. A rede social revelou que “Inclusive sem a ativação dos serviços de localização, o Facebook ainda pode saber onde o usuário está com base em informações que ele e outros fornecem através de suas atividades e conexões com nossos serviços”.
Em resposta a afirmação, o senador republicano Josh Hawley declarou que “não há como escapar. Não há controle sobre sua informação pessoal. Isto é a Grande Tecnologia. É por este motivo que o Congresso precisa agir.”
Os senadores já fizeram um requerimento sobre práticas de localização do Facebook em uma carta de 19 de novembro.
Na resposta, o Facebook destaca que coleta dados de geolocalização de três maneiras principais: pela habilitação de compartilhamento na plataforma (quando o usuário autoriza o repasse de informação), por atividades como check-in ou marcação de amigos (mesmo que o usuário não tenha habilitado o repasse da localização) e pelo endereço IP.
Desde 2018, o Congresso americano tem intensificado a pressão ao grupo, diante de casos como uso irregular de dados pela Cambridge Analytica, influência da rede social em processos democráticos e, mais recentemente, pela iniciativa de um consórcio para a criação de uma criptomoeda.
O Facebook obtém dados pessoais de todos os tipos sobre seus mais de 2 bilhões de usuários frequentes em ao menos uma das plataformas do grupo: Instagram, Messenger, WhatsApp ou Facebook.
Estes dados são a base do seu modelo econômico, que se sustenta com o faturamento em publicidade ultrassegmentada em grande escala.
Fonte: Folha de SP