As pesquisas científicas dedicadas à descoberta de uma vacina para o HIV vem ajudando no trabalho para criação de vacinas contra a Covid-19. É o que afirma o diretor-adjunto do International Aids Society, Roger Tatoud. Para ele, as pesquisas de sucesso ao longo de 40 anos sobre o HIV resultaram na descoberta dos imunizantes contra o Sars-CoV-2.
“Muitos dos centros clínicos onde foram realizados testes para a Covid-19 eram utilizados para a pesquisa do HIV. Os cientistas envolvidos nas pesquisas com a Covid-19 são os mesmos que trabalhavam em estudos sobre o HIV”, explica.
Outro fator que corrobora essa afirmativa é o grande engajamento coletivo mundial para desenvolver uma vacina que combate a covid-19. A cooperação entre cientistas e o compartilhamento de dados permitiu avanços em um tempo muito menor. Muitas organizações que financiam pesquisas sobre o HIV também são as mesmas que investem nos estudos sobre o novo coronavírus.
O pesquisador explica que o HIV é um vírus muito mais sofisticado do que o Sars-CoV-2, com cepas de diferentes famílias, o que dificulta o desenvolvimento de uma vacina.
“Como vírus da Aids varia muito, bem mais do que o vírus da Covid-19, e tem muito mais variantes, os anticorpos, isolados, não reconhecem todas as cepas”, explica Tatoud sobre a dificuldade de criar uma vacina utilizando métodos clássicos, onde vírus inativados ou enfraquecidos provocam uma reação do sistema imunológico que protegem o corpo.
Os cientistas detectaram até agora cinco novas variantes para o Sars-CoV-2: a britânica, a sul-africana, a brasileira, a nigeriana e a originária de Nova York. Essas mutações são esperadas e normais, explica o pesquisador.
Fonte: G1 Globo