“Dia do fogo” aumenta focos de incêndio em municípios do sul do Pará

“Dia do fogo” aumenta focos de incêndio em municípios do sul do Pará

Os registros de queimadas e focos de incêndio no sul e sudeste do Pará cresceram assustadoramente nos últimos dias, depois que fazendeiros anunciaram o “dia do fogo”, neste último sábado, 10. Os dados que registram o aumento dos incêndios são do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).

Entre os municípios onde os incêndios foram notados está a região de Novo Progresso, que sofreu um aumento de 300% em comparação ao dia anterior. Foram 124 registros, que logo aumentaram no domingo, 11, para 203 casos, o maior número de focos de incêndio já registrado. A cidade ficou nublada e tomada por uma densa nuvem de fumaça devido as queimadas.

Em Altamira, cuja parte do território está na área de influência da BR-163, o salto no sábado foi ainda maior, 743%, com 194 casos. No domingo, foram 237 ocorrências de fogo. Imagens de satélite mostram que grande parte desses incêndios está concentrada no entorno da rodovia. 

Com esses números, Altamira e Novo Progresso lideraram o ranking de municípios com mais registros de fogo do último fim de semana, segundo o relatório diário do Programa Queimadas. Em seguida, aparecem Colniza (MT), Porto Velho (RO) e Apuí (AM). 

O “dia do fogo”, como foi estipulado por fazendeiros da região, foi criado por produtores que se sentem “amparados pelas palavras do presidente” Jair Bolsonaro (PSL) e que coordenaram a queima de pasto e áreas em processo de desmate em diversas áreas da cidade de Novo Progresso.

O Ministério Público Estadual do Pará em Novo Progresso abriu investigação para apurar o “dia do fogo” e afirma ter acionado a Polícia Civil, que ouviu três pessoas na última semana.

O aumento nas queimadas acontece quase um mês depois de o presidente Jair Bolsonaro ter dito, no último dia 19 de julho, que não acreditava nos dados divulgado no site Inpe referentes ao aumento do desmatamento na Amazônia, que, segundo o sistema Deter, foi maior em junho e julho de 2019 em relação aos mesmos meses de 2018.

Fonte: Folha de SP

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