Dados do Sirad X, um boletim publicado pela Rede Xingu+, mostram que o desmatamento cresceu 44,7% em unidades de conservação do rio Xingu, que compreende os estados do Pará e Mato Grosso. O índice é comparativo ao ano passado e mostram uma tendência no desflorestamento da Amazônia.
A pesquisa foi obtida através de imagens de satélite e sistema de radares que permitem detectar o desmatamento mesmo em períodos chuvosos do ano. Para se ter uma noção, entre janeiro e junho deste ano, a região perdeu 68.973 hectares de floresta – área equivalente à cidade de Salvador.
Como mais da metade da bacia do Xingu é composta por áreas protegidas, ela também serve como uma espécie de escudo da Amazônia em sua porção oriental, dificultando o avanço do agronegócio pela floresta. E ela é uma das últimas áreas do bioma amazônico em contato com o Cerrado, o que lhe confere papel central em estudos sobre biodiversidade.
O atual governo tem mostrado políticas ambientais eu reduzem as punições para quem comete crime ambiental e ainda desconsidera o impacto das atividades econômicas sobre o meio ambiente.
O presidente Bolsonaro defende liberar a mineração em terras indígenas e costuma dizer que “o índio não pode continuar sendo pobre em cima de terra rica”. A medida depende de aval do Congresso.
Atualmente, a bacia do Xingu abriga 26 povos indígenas e centenas de comunidades ribeirinhas, que dependem do bom funcionamento dos ecossistemas locais para sobreviver. A região tem tamanho comparável ao do Rio Grande do Sul.
Fonte: G1 Globo