Imagine um filme que te leva as gargalhadas mais intensas e depois ao choro mais genuíno. Assim é “Vingadores: Ultimato”, filme que conclui e fecha um arco de 11 anos de filmes da Marvel de uma maneira brilhante e espetacular.
A película começa de maneira lenta e fúnebre. Os personagens são inundados por um sentimento de impotência e luto por aqueles que se foram, mas cada um demonstra seus traumas de uma maneira específica. Essa construção dá mais peso e carga emocional para personagens, que até então, eram conhecidos apenas por fazerem piadas e vencerem hordas de inimigos.
Não pense que o humor não está presente em Ultimato. Ele aparece de maneira pontual, quebrando um pouco aqueles momentos sombrios e tristes. Nem sempre o tom das piadas é colocado de maneira correta, para alguns esses momentos podem até destoar um pouco da trama principal, mas na grande maioria das vezes funciona como um perfeito alívio cômico.
O segundo ato já começa a acelerar a “marcha” do filme. Ganha um tom mais épico, porém gradativo, que começa a empolgar quem está na cadeira do cinema. A expectativa do que acontecerá aos heróis não é revelada logo de cara para o expectador, criando um clima de tensão e, em até certo ponto, uma pitada de drama que pode emocionar bastante.
O enredo é muito bem construído, amarrando cada evento ao desfecho principal do filme. Os mais observadores podem encontrar um furo ou outro, mas que em nenhum momento realmente lhe tiram da aventura. É interessante ver o amadurecimento de cada herói nesta parte da jornada. Muitos precisam voltar a traumas do passado, para vencerem seus medos e conseguirem seguir em frente e enfrentar o maior desafio de todos.
Mas é no terceiro e último ato que o público é invadido por uma verdadeira explosão de sentimentos. O clímax é atingido com uma potência jamais vista em filmes anteriores da franquia, um clímax construído em 11 anos, que possibilitaram um final estonteante, um final de fazer marmanjos chorarem na sala de cinema.
É impressionante como os irmãos Russo tiveram a competência de unir tantos heróis em cena e construir cenas de combate tão coesas e tão bem executadas. Vale um destaque aqui para Thor, (Christopher Hemsworth), Capitão América (Chris Evans) e Tony Stark (Robert Downey Jr), que protagonizam o final de uma maneira muito envolvente e entrosada. Os três atores estão muito à vontade no papel e vê-los em cena juntos é de encher os olhos.
No fim, o enredo conseguiu dar espaço para que todos os heróis tivessem seu tempo em tela, claro que alguns mais do que outros, e isso pode gerar um certo “ciúme” para alguns fãs de certos personagens. No entanto, a participação e importância de todos é bem construída e faz sentido para o fechamento da história.
Vingadores Ultimato é uma despedida cheia de amor para os fãs dessa gloriosa saga de filmes da Marvel. Consegue de maneira magistral entreter da criança ao adulto, intercalando em ação, comédia e até drama. É um filme completo em sua estrutura, com um ritmo tão bem construído que as 3 horas de filme passam voando. No fim, fica aquele gostinho de saudade, e a vontade de assistir mais uma vez.
Bruno Menezes