A Organização Mundial da Saúde decidiu suspender nesta segunda-feira os estudos do uso da cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento de pacientes diagnosticados com covid-19. A organização estava coordenando pesquisa com cientistas de 100 países, mas decidiu parar os estudos por perceber o aumento no risco de morte de pessoas infectadas.
A OMS diz que estão mantidos os demais testes dentro da iniciativa internacional batizada de Solidariedade. Além dos dois medicamentos agora vetados, os pesquisadores ainda avaliam em pacientes os resultados de três tipos de antivirais e de um remédio usado para tratar esclerose múltipla
A suspensão foi motivada depois que uma pesquisa, feita com 96 mil pessoas, não apontou nenhuma eficácia das substâncias no tratamento da covid-19. Na verdade, os estudos detectaram o risco do uso dos medicamentos, que podem causar arritmia cardíaca nos pacientes.
A OMS já havia anunciado que era contra o uso amplo da cloroquina para tratar a Covid-19. Quando o Brasil passou a orientar que pacientes com quadros leves pudessem usar o medicamento, os diretores da entidade ressaltaram que a droga só deveria ser usada dentro de “ensaios clínicos”, que são os testes dentro de pesquisas médicas.
Mesmo sem evidências científicas que comprovem a eficácia dos medicamentos contra a Covid-19, o Ministério da Saúde divulgou, na semana passada, um documento com orientações para uso da cloroquina.
A droga foi motivo de discórdia entre dois ex-ministros da Saúde e o presidente Jair Bolsonaro. Tanto Luiz Henrique Mandetta quanto Nelson Teich, ambos médicos, alertaram para os efeitos colaterais dos remédios, mas, mesmo assim, Bolsonaro defendeu o uso deles contra a Covid-19.
Fonte: G1 Globo