O Banco Central poderá em breve fazer mudanças permanentes na utilização do Pix, forma de pagamento e transferência de dinheiro altamente popular no Brasil. Flexibilização de horários para transferências, limitação de valores e até a escolha dos destinatários estão entre as possíveis alterações.
As informações são da analista de economia da CNN Thais Herédia, que ouviu fontes próximas da operação nesta sexta-feira (27), logo após o presidente do BC, Roberto Campos Neto, dizer que deve apresentar um conjunto de medidas para que o Pix seja mais seguro, em evento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e da Esfera.
De acordo com o Banco Central, as medidas têm o objetivo de evitar fraudes e roubos realizados por criminosos que utilizam o sistema. Com as mudanças, o usuário poderá, por exemplo, escolher os limites e horários diferentes para a realização de transferências.
Fontes ouvidas pela analista dizem que as novas medidas não serão apenas para o Pix, e devem abranger, também, todos os meios de pagamento bancários, com objetivo de garantir uma margem de segurança para os bancos e clientes.
Campos Neto destacou que os crimes bancários já eram comuns com as outras modalidades de transferências, como TED e DOC, e o Pix foi só mais uma forma utilizada para práticas ilegais. A escolha de medidas de segurança a serem adotadas será dos próprios clientes.
Aumento nos golpes
As preocupações com a segurança do Pix aumentaram recentemente. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, sequestros-relâmpago aumentaram 40% nos sete primeiros meses de 2021. A Polícia Civil associa o número a modalidade de pagamento implementada pelo BC em novembro.
Em outra prática comum, o roubo de celular, os criminosos conseguem pesquisar senhas eventualmente armazenadas pelos próprios usuários em aplicativos e sites. Dessa forma, é possível acessar contas bancárias para a realização de transferências ou saques.
Ao mesmo tempo em que a ferramenta facilitou as transações bancárias, aumentou os riscos de fraudes em ambientes digitais. Porém, também é verdade que ficou mais fácil de achar os culpados.
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), por esse motivo, a instituição e os bancos associados “estão reforçando suas ações de comunicação para orientar seus clientes caso sejam vítimas de algum crime”, disse em comunicado nesta quarta-feira.
Fonte: CNN