Ararajubas resgatadas recebem cuidados no BioParque Vale Amazônia

Ararajubas resgatadas recebem cuidados no BioParque Vale Amazônia

A beleza da plumagem verde e amarela é reconhecida há vários séculos como uma característica diferenciada e valiosa da ararajuba (Guaruba guarouba). Registros históricos indicam que desde o século XVI a ave era cobiçada e vendida no comércio ilegal pelo valor equivalente ao de duas pessoas escravizadas. O tráfico aliado à devastação da floresta amazônica é apontado como as principais razões para a diminuição da população das ararajubas, que são classificadas como uma espécie vulnerável da fauna brasileira.

Estudos científicos mostram que a espécie está presente exclusivamente na Amazônia em áreas onde o desmatamento, as queimadas e a retirada ilegal de madeira avançaram nas últimas décadas, provocando assim tanto a perda de habitat quanto dos recursos para sua alimentação.

Diante disso, a criação de unidades de conservação e de programas de pesquisa e manejo da ararajuba tem sido fomentada como estratégias para viabilizar a proteção dessa e outras espécies. É o que ocorre no BioParque Vale Amazônia, em Parauapebas,onde atualmente 18 ararajubas estão sob cuidados humanos. 

espaço é uma referência na região para recebimento de animais resgatados por órgãos ambientais. “A maioria, infelizmente, não tem condições de retornar a natureza. Mas os futuros filhotes que podem nascer desses casais do BioParque, uma vez treinados, podem ser devolvidos a natureza. Todo animal que chega no BioParque passa por um protocolo de quarentena”, comenta o veterinário.

Nesse contexto, outra ação importante é o estímulo à reprodução das aves, que tem alcançado resultados positivos desde sua implementação. Um exemplo disso é que, em 2019, três filhotes nascidos em Parauapebas foram encaminhados para Belém e hoje fazem parte da fauna do Parque Estadual do Utinga. Este ano, até o momento, já nasceram cinco filhotes no BioParque.

“O nascimento de qualquer espécie no BioParque Vale Amazônia é celebrado por toda a equipe, pois renasce uma esperança de salvar aquela espécie. O nascimento é um indicativo de que os animais estão saudáveis e gostaram do ambiente. Esse trabalho é superimportante, pois constitui uma população de segurança, como se fosse um backup”, afirma Nereston Camargo.

Conheça mais sobre a ararajuba

Nome científico: Guaruba guarouba

Nomes comuns: Ararajuba, guarajuba

Tamanho: Mede cerca de 34cm e pesa em torno de 255g.

Características: A plumagem das ararajubas é em grande parte na cor amarela, sendo que as pontas da cauda das asas apresentam um tom verde-oliva. O porte é semelhante ao de um papagaio, porém apresenta uma cauda longa com penas de tamanho desigual. Outra característica importante é o bico curvo.

Distribuição: São endêmicas da Amazônia brasileira, ocorrendo no sul do rio Amazonas e leste do rio Madeira. Há registros ainda na borda do Planalto Central e no norte do Mato Grosso. A extensão de sua ocorrência é estimada em 300 mil km².

Comportamento: A ararajuba costuma ser encontrada em áreas de terra firme e altitude baixa e prefere árvores grandes, ocas e isoladas do restante da vegetação para fazer seu ninho. Elas se alimentam de sementes, frutos oleosos, frutas e flores. São bastante sociáveis e vivem em grupos de cerca de 20 indivíduos.

Fontes: Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave) e Fiocruz

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