Um levantamento do Instituto do Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) mostra que o número de focos de incêndio e de multas por crimes ambientais no Brasil neste ano já é maior do que o ano inteiro de 2019. Ao todo foram aplicados R$ 3,77 milhões em multas por incêndios que resultaram em danos ambientais, valor 43% maior do que os R$ 2,34 milhões do ano passado.
O órgão também apresenta um aumento da abrangência das cidades onde foram identificados os responsáveis pelos incêndios criminosos. Só entre janeiro e o fim de agosto deste ano foram aplicadas multas em 28 cidades sul-mato-grossenses. Em 2019, as multas desta natureza foram lavradas em 13 municípios. No ano anterior, em 2018, foram 11 municípios.
O governo de Mato Grosso do Sul explicou em nota que ainda falta incluir no levantamento os resultados da Operação Focus, que foi deflagrada no último dia 16 de setembro e que investiga a origem de incêndios criminosos em toda a região. Estima que até a semana passada, cerca de 1,1 milhão de hectares no Pantanal foram queimados.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, entre janeiro e o fim de agosto deste ano, imagens de satélite permitiram identificar 6.540 focos de queimadas no Mato Grosso do Sul. É um número 37% maior que os 4.749 focos identificados no mesmo período de 2019. Em 2018, nos mesmos oito meses, foram identificados 1.360 focos de queimadas em todo o estado.
Inquérito
Entre as prováveis causas dos incêndios que se espalharam descontroladamente pelo Pantanal está a hipótese de que proprietários rurais autorizados a queimar parte da vegetação para limpar suas terras perderam o controle das chamas, que avançou sem controle pela vegetação seca devido à mais severa estiagem das últimas décadas. Outra hipótese é a de que as queimadas tenham sido intencionais.
Em 16 de julho, o governo federal proibiu as queimadas em todo o país por 120 dias. A medida visa reduzir o número de focos de incêndio em florestas durante o período de seca, que se agrava entre os meses de agosto e outubro. A medida já havia sido adotada em 2019, mas no fim de agosto, e com validade de apenas 60 dias.
No último dia 14, o governo do Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência – que foi reconhecida pelo governo federal na mesma data.
Fonte: Agência Brasil