Um dos maiores casos de suborno e corrupção do mundo, que afetou as principais economias da América Latina, ainda não foi totalmente revelado. Novos Registros vazados da Odebrecht mostram repasses que não constavam dos depoimentos dos executivos que fizeram colaboração com a Justiça brasileira, americana e suíça.
Uma nova investigação global, chamada de The Bribery Division, revela que a compra de contratos da Odebrecht é muito maior do que as que foram julgadas em 2016, envolvendo novas figuras e projetos de obras públicas que não foram mencionados no inquérito policial.
A investigação, que é liderada por Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) mostra que a Odebrecht possuía um Setor de Operações Estruturadas, criado especificamente para distribuir e administrar propinas da empresa.
Entre as principais empresas que receberam propina através do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht se destacam:
Termelétrica de Punta Catalina: A usina termelétrica localizada na República Dominicana recebeu mais de US$ 39 milhões da Odebrecht.
Gasoduto peruano: Mais de US$ 3 milhões foram distribuídos em 17 pagamentos para um gasoduto peruano. Um político peruano ainda estaria envolvido diretamente com o recebimento desses pagamentos.
Metrô de Quito: Um sistema de metrô, situado na capital do Equador, recebeu cerca de US$ 2 bilhões para sua construção, através de um banco de propriedade de operadores da Odebrecht.
Metrôs de Caracas e da Cidade do Panamá: Pagamentos relacionados a mais de uma dúzia de outros projetos de infraestrutura em países da região, incluindo mais de US$ 18 milhões ligados ao sistema de metrô na Cidade do Panamá e mais de US$ 34 milhões ligados à Linha 5 do sistema de metrô em Caracas, Venezuela.
No Brasil, o maior escândalo envolveu o ex-presidente de 2 mandatos Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente ele está na prisão cumprindo pena por corrupção e fraude, inclusive por denúncias ligadas à Odebrecht.
De acordo com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, ao todo, a Odebrecht pagou mais de US$ 788 milhões em propinas entre 2001 e 2016, resultando em US$ 3,3 bilhões em benefícios ilícitos.
Fonte: Época