Comissão da OAB afirma que mais da metade dos presos do Pará não tem condenação

Comissão da OAB afirma que mais da metade dos presos do Pará não tem condenação

De acordo com uma análise da Ordem dos Advogados do Brasil, que vem acompanhando a superlotação do sistema penitenciário do Pará, mais de 50% da população carcerária do Estado ainda não foi julgada ou condenada por qualquer crime.

Para a comissão de Segurança Pública da OAB, o problema se agravou devido ao aumento de medidas cautelares tomadas pela justiça. Muitos presos não tiveram sua culpa formalizada, e tem o direito de responder em liberdade, o que automaticamente iria desafogar o sistema penitenciário.

A superlotação de presos tem aumentado outro grave problema: a fuga dos presídios. Em 3 anos, o número de detentos que conseguiram fugir das casas penais passou de 407 em 2016 para 646 em 2018. Hoje o número de vagas para comportar a massa carcerária é insuficiente, com atuais 20.005 presos para apenas 9.722 vagas disponíveis.

Para vários especialistas a superlotação favorece o surgimento de facções criminosas dentro das cadeias. No entanto, o aumento de vagas pode não ser suficiente para resolver o problema, já que não acontece na mesma velocidade do aprisionamento de pessoas. O uso de monitoramento eletrônico para disponibilizar regime-semiaberto, por exemplo, é apontado como uma saída, que iria abrir imediatamente três mil vagas no sistema penal.

De acordo com a Secretaria do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe), o aumento de vagas já está sendo feito para reduzir o déficit carcerário. Ainda no primeiro semestre, a Secretaria promete construir duas mil vagas, e no final do ano, entregar mais duas mil vagas em presídios.

Fonte: Bom dia Pará

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