Pacientes expõem comida com larvas em hospital público que atende crianças com câncer no Pará

Pacientes expõem comida com larvas em hospital público que atende crianças com câncer no Pará

Mais de 80 acompanhantes de pacientes oncológicos atendidos pelo Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém, fazem uma série de denúncias contra a administração do estabelecimento de saúde. Dentre as reclamações estão a aparição de larvas na comida fornecida, demora no atendimentogoteiras e ainda falam em troca de medicamentos.

Pais e mães de pacientes enviaram documento destinado à Diretora do Conselho Estadual de Saúde descrevendo os inúmeros problemas.

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) informou que instaurou sindicância para apurar o caso.

Na manhã desta terça-feira (19), alguns acompanhantes se concentraram em frente ao hospital em protesto às más condições.

“A empresa que está [na administração] no Octávio Lobo está acabando com nossas crianças, infelizmente. A comida vem um lixo, o tratamento dentro do hospital está péssimo. Nós não sabemos mais o que fazer. O Hospital por dentro está todo acabado. Quando chove, chove mais dentro do que fora, está tudo horrível”, diz a mãe de um paciente, Daiane.

“Consideramos um descaso com os pacientes do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo. Estamos indignados pela falta de atenção na administração de medicamentos, que muitas das vezes trocam os medicamentos entre pacientes. Algumas mães estão psicologicamente afetadas com tanto descaso e desumanização com os acompanhantes e as crianças, que já são submetidas a um tratamento doloroso”, dizem os pais no documento direcionado à Secretaria de Saúde.

Os acompanhantes pontuam os seguintes problemas:

  1. Falta de medicamentos
  2. Seringas de 10 ml para lavar port-a-cath (pequeno aparelho médico instalado sob a pele) e algumas outras vias de acesso que não podem obter uma pressão agressiva
  3. Alimentação de péssima qualidade, muitas das vezes sem horário certo; não fornecem frutas e quando fornecem são de péssima qualidade ou estragadas, observando que há alguns pacientes portadores de espectro autista e possuem seletividade alimentar. Há registros de alimentos com larvas.
  4. Demora de atendimento
  5. Equipamentos quebrados sucateados, falta de lençóis e toalhas e os que são fornecidos estão totalmente ou parcialmente inutilizáveis
  6. Ambiente hospitalar com goteiras
  7. Poltronas e macas rasgadas, pias com vazamentos, leitos sem condições, bombas de infusão com defeito e mal funcionamento
  8. Troca de medicamentos
  9. Tratamento desumanizado

Daiane afirma que o filho, quando chora demais, falta oxigênio a ele e que, mesmo informando isto às enfermeiras, elas não atendem ao pedido para esperar e acalmar o menino.

“Eu pedi para elas esperarem um pouco e elas não esperaram. Ele teve que ir para o oxigênio porque ele tava ficando muito fraco. Está um lixo o tratamento dentro do hospital”.

A mãe do paciente ainda diz que uma das enfermeiras disse que estava mentindo ao discutirem sobre o quadro do paciente.

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