Investidores em títulos da Argentina comemoram vitória de Milei; peso deve cair

Investidores em títulos da Argentina comemoram vitória de Milei; peso deve cair

Os investidores argentinos aplaudiram a vitória por uma margem maior do que o esperado do economista libertário Javier Milei nas eleições presidenciais do país e suas promessas de inaugurar uma reconstrução radical da segunda maior economia da América do Sul.

Os títulos estrangeiros do país com vencimento em julho de 2035 subiram 0,6 centavos por dólar no início das negociações europeias de segunda-feira, com outros dois títulos entre os 20 de melhor desempenho nos mercados emergentes, enquanto os traders avaliavam as chances do outsider independente reverter as políticas que levaram o país a sofrer a sua sexta recessão numa década com uma inflação de 140%.

É uma oportunidade para um novo começo”, afirmou Jorge Piedrahita, o fundador da Gear Capital Management em Nova Iorque.

Quanto ao peso argentino, espera-se que enfraqueça nos mercados paralelos utilizados para contornar os controles cambiais, refletindo a intenção de Milei de substituí-lo pelo dólar. No domingo, o valor caiu para cerca de 1.000 pesos por dólar nas bolsas locais de criptomoedas, representando uma diminuição de 8% em comparação com o preço da sexta-feira, que era de aproximadamente 920 pesos por dólar. Vale ressaltar que os mercados locais estão fechados na segunda-feira devido a um feriado nacional.

A vitória de Milei marca o fim de uma campanha impactante que prometeu soluções radicais para o que ele descreveu como décadas de políticas governamentais equivocadas. Ele comprometeu-se a reduzir os gastos públicos e fechar o banco central, numa tentativa de controlar a inflação e fortalecer as contas fiscais. Essas políticas podem ser bem recebidas por investidores em títulos que já antecipam outro não cumprimento de obrigações em um futuro próximo.

Em seu discurso de vitória no domingo à noite, Milei evitou mencionar essas soluções radicais, optando por um tom mais moderado que destacou a condição crítica da economia.

“Hoje marca o início do fim da decadência da Argentina”, declarou ele. “Começaremos a implementar estratégias comprovadas pela história como eficazes, e, em 35 anos, aspiramos a recuperar nossa posição como potência mundial.”

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