O ex-deputado Wladimir Costa foi condenado pela 2ª Vara Criminal de Brasília a 1 ano, 6 meses e 20 dias de reclusão pelos crimes de injúria e difamação contra a jornalista Basília Rodrigues, da CNN Brasil. A ação contra o ex-deputado foi impetrada pela assessoria jurídica do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF (SJPDF), à época dos fatos, o escritório Antonio Rodrigo Advocacia Associada. Basília também teve o apoio do Coletivo de Mulheres Jornalistas do DF e da Comissão de Jornalistas Pela Igualdade Racial (Cojira-DF), ambos ligados ao sindicato.
“Consideramos a decisão judicial uma importante vitória em favor da nossa categoria e, especialmente, do livre exercício profissional das mulheres negras jornalistas, frequentemente agredidas por autoridades e redes disseminadoras de discurso de ódio, machismo e racismo”, destaca a jornalista Juliana Cézar Nunes, da coordenação-geral do SJPDF.
A diretoria do sindicato presta total e irrestrita solidariedade à Basília e às demais colegas que passam por situações de violência semelhantes, dentro e fora dos seus locais de trabalho. O silêncio diante dessas agressões só contribui para a impunidade e para alimentar mais violações de direito. O SJPDF segue à disposição das jornalistas para assessoria jurídica e demais providências.
Entenda o caso
Em 2017, durante uma entrevista coletiva, Basília Rodrigues pediu que o deputado Wladimir Costa mostrasse uma tatuagem que teria feito no braço em homenagem ao ex-presidente Michel Temer. Diante da solicitação, ele respondeu: “Para você, só se for de corpo inteiro”. As agressões continuaram nas redes sociais por parte do parlamentar e seus apoiadores.
Na sentença, o juiz André Ferreira de Brito considerou que a jornalista foi submetida a constrangimento e injúria. Ele também destacou o tom de sexualização e menosprezo nas declarações de Costa. Além da pena de reclusão, que pode ser substituída por multa e prestação de serviços comunitários, o deputado deverá pagar uma indenização de R$ 10 mil à Basília Rodrigues. Ainda cabe recurso.
Fonte: Estadão