6 municípios do Pará possuem mais eleitores do que habitantes, aponta CNM

6 municípios do Pará possuem mais eleitores do que habitantes, aponta CNM

De acordo com um levantamento feiro pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), seis municípios no Pará possuem mais eleitores que habitantes. Os números usam como base o cruzamento de informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e estimativa populacional do IBGE de 2020.

O Pará tem um total de 8.6 milhões, com cerca de 5,7 milhões de eleitores aptos a votar. No entanto, o município de Jacareacanga tem 4.483 eleitores a mais do que a sua população total, que é estimada em 7.590 contra 12.073 votantes. Em comparação aos dados do país, essa é a segunda maior cidade em disparidade onde o número de eleitores é maior do que o de habitantes.

Em Canaã dos Carajás, sudeste do Pará, o fenômeno se repete, já que a cidade possui 40.583 eleitores e apenas 38.103 habitantes (-2.480). Outras cidades que também se enquadram são Pau D’Arco, cuja população estimada é de 5.410, ou seja, 2.291 pessoas a menos do que o número de eleitores cadastrados, que chega a 7.701, e Peixe-Boi, com 8.467 eleitores, 386 a mais do que a população estimada.

Por fim, fechando a lista de municípios paraenses que apresentam essa diferença, vem Senador José Porfírio, onde estão cadastrados 11.543 votantes, 63 a mais do que o número de habitantes.

Em todo o País, a CNM aponta um aumento de 60% no número de municípios brasileiros que têm mais eleitores do que população. Em termo percentual, o estado com maior número é Goiás (22,76%), seguido do Rio Grande do Norte (17,9%) e da Paraíba (14,8%). No Pará, o percentual de municípios nessas condições é de 4,17%.

Em 2018, o Pará tinha quatro municípios com mais eleitores do que habitantes: Canaã dos Carajás, Pau D’arco, Mojuí dos Campos e Peixe Boi. Este ano, entrou Jacareacanga, com a diferença mais alta entre os municípios paraenses e a segunda do País, e senador José Porfírio. A diferença entre eleitores e população na comparação entre os dados de 2018 e 2020, caiu de 3.857 para 2.480, em Canaã dos Carajás, e subiu de 1.737 para 2.291, em Pau D’Arco; de 1.700 para 2.793, em Mojuí dos Campos, e de 290 para 386 em Peixe-Boi.

EXPLICAÇÃO

Para a área técnica da CNM, essa diferença pode existir em razão das desatualizações nas estimativas de população feitas pelo IBGE, fraudes e, especialmente, por questões afetivas, uma vez que várias pessoas se mudam para cidades maiores, mas não transferem o seu títulos de eleitores, continuando registrados como eleitores de seus municípios de origem. É o caso de Luzia Santos, que nasceu em Castanhal e vive em Belém há 33 anos.

“Nunca transferi meu título, porque eu saí de Castanhal, mas Castanhal nunca saiu de mim. Eu trabalho em Castanhal, vivo em Castanhal também, então, nunca tive interesse. Minha família vive em Castanhal e nesses eventos a gente marca para estar junto. No dia da eleição, vira uma festa”, conta.

Há ainda situações, de cidades menores, onde a disputa política é muito acirrada e as pessoas nascidas nessas localidades têm algum grau de parentesco com os candidatos, o que pode contribuir para que elas não transfiram seus títulos.

De acordo com a Agência Brasil, nos casos em que há muita discrepância entre eleitores e habitantes ou que há um aumento da transferência de domicílios, a Resolução 22.586/2007, do TSE, determina que seja feita uma revisão do eleitorado sempre que for constatado que o número de eleitores é maior que 80% da população, que o número de transferências de domicílio eleitoral for 10% maior que no ano anterior, e que o eleitorado for superior ao dobro da população entre 10 e 15 anos, somada à maior de 70 anos no município.

Fonte: Oliberal

Fechar Menu